segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Inclassificável

Se o leitor do blog acostumou-se com um estilo ponderado e educado de escrita no decorrer dos meses, peço que não leia esta postagem. Aqui, fui obrigado a colocar as palavras sem filtro, porque é preciso recuperar não apenas os fatos, mas também o impacto do que aconteceu.
E se o querido leitor não quer acreditar nas estórias mil que ouve a respeito da dificuldade de se trabalhar nas escolas, peço que pare por aqui. Embora seja um fato real, o que narrarei adiante não fará bem a quem acredita que os professores exageram nas reclamações e são acomodados.

Hoje um aluno da 5ª série entrou na sala dos professores e sentou-se no sofá, sem cerimônia. Uma professora disse que ele devia ficar lá fora, que ali era espaço dos professores. Disse que aquilo era um absurdo, ao que ele respondeu: - Absurdo, o caralho!
Eu disse a ele que esperasse lá fora e o conduzi à porta. Antes que eu me desse conta ele voltou e, sem mais, abriu o estojo de canetas de outra professora, que estava em cima da mesa. A professora brigou com ele, dizendo para não mexer ali, que era dela, ao que ele respondeu: - Vai tomar no cu.
Vários professores, revoltados, disseram para ele esperar lá fora, e que não entrasse na sala dos professores, porque estava criando confusão, ao que ele respondeu com um gesto com o dedo médio, citando mães e pais e órgãos do corpo de todos os que reclamavam.
Eu o levei para fora de novo e disse: - Poxa, 234457, não precisa disso! Para que fazer assim? - ao que ele me respondeu: - Desculpa, parei. Ah, mas eu quero ficar lá dentro! E voltou para o interior da sala, desta vez sem adentrar muito. Eu tinha de pegar as minhas coisas e ir para a classe, e quando saí, ainda o vi entretendo-se com a observação de certificados que ficam num vidro, perto da porta. Tudo isso ele fez sem tirar o sorriso do rosto. Tudo isso ele fez diante de, pelo menos, doze professores.

Não comentarei.

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